Sei que estou vivo
e cresço sobre a terra.
não porque
tenha mais poder,
nem mais saber,
nem mais haver.
Como lábio
que suplica outro lábio,
como pequena
e branca chama de silencio,
como sopro obscuro
do primeiro crepúsculo,
sei que estou vivo,
vivo sobre o teu peito,
sobre os teus flancos,
e cresço para ti.
Eugénio de Andrade