sabato
:: Não...
Não digas que conheces minhas dores
Deixas-me com meus desamparos
Não sabes do estio dos meus lábios
E das marcas que abraçam minha solidão
Pedaços de ti que arranham meu corpo
Não penses que é melhor assim
Nem pressuponhas que a saudade finda
Como se o teu silêncio e deserção
Apagassem o perfume do desejo
Ou a inquietude de sentir-te em mim
Não me obrigues a entender a crueldade
Prefiro ignorar esta estrada que dizes destino
Não quero dar-te ao esquecimento dos sentidos
Nada sei destas trilhas em que sucumbes
Soterrado pelos passos que te negas
Não me convides às tuas renúncias
Nem me batizes nestas águas
Que sangram e definham teu peito
Tenho ardores de vida que me cingem
Férteis à espera que te resgates de ti
Não me amputes de mim, dos meus sonhos
Nem me indiques tuas confortáveis saídas
Prefiro o rasgar de entranhas, a febre do sentir
Ao discurso patético do conformismo
Lanço à fogueira, a impotência, o desistir
Sim, hoje estou em carne viva
Palavras à flor da pele, despindo-se
Ainda que seja este um grito confinado
Ao subterrâneo do meu mundo
Este que já não te alcança.
Fernanda Guimarães
venerdì
:: E por vezes...
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão Ferreira
giovedì
:: Vida...
O tabuleiro de xadrez é o mundo,
as peças são os fenômenos do Universo,
as regras do jogo são
o que convencionamos chamar de as leis da Natureza.
O jogador do outro lado está oculto para nós.
Sabemos que seu jogo é sempre limpo,
justo e paciente.
Mas também sabemos, pela nossa experiência,
que ele nunca perdoa um erro,
nem faz a menor concessão à ignorância.
Thomas Huxley.
mercoledì
martedì
:: De que nada se sabe...
La luna ignora que es tranquila
y clara y ni siquiera sabe que
es la luna;
la arena, que es la arena.
No habrá una cosa que sepa
que su forma es rara.
Las piezas de marfil son tan ajenas al
abstracto ajedrez como la mano que las rige.
Quizá el destino humano
de breves dichas y de largas penas es
instrumento de otro.
Lo ignoramos;
darle nombre de Dios no nos ayuda.
Vanos también son el temor,
la duda y la trunca
plegaria que iniciamos.
Qué arco habrá arrojado esta saeta
que soy?
Qué cumbre puede ser la meta?
Jorge Luis Borges
:: Aproximei-me...
lunedì
:: Bebo-te...
domenica
:: Não te esqueças...
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