O meu amor é meu e eu sou dele.
O linho horizontal é nossa casa
e eu me aninho a dormir sob sua asa;
amo-o com minha boca e minha pele.
Ele é quem vela e não me diz que vele
porque sua é a chama e minha a brasa.
O seu fervor ao meu fervor se casa,
clara coma de luz que nos impele.
Desci ao campo raso: ele é meu campo
onde me deito e a erva se derrama;
é meu olhar que voa, pirilampo.
Sem terra irei por terra;
ele me chama
Vou, sem saber por onde,
ao mar ou monte.
Sem sua boca eu já não sei ser fonte.
Renata Pallottini