e celebro a explosão das pétalas.
Ah, como desejaria saber da água que as inunda
e da seiva que as fortalece!
Ergo a catedral das pernas
e há uma construção inacabada
aí onde se erguem as naves
deste altar de loucura
em que me prostro.
Ergo a catedral das pernas
e deixo estilhaçar os vitrais.
E embora ardendo na morte rubra do desejo
rendo-me à cegueira iluminada que perpassa
para além desta embriaguez das palavras
proferidas ou silenciadas.
Bernardete Costa