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Precisamente quando estava a pôr a ultima camada de
máscara Maybelline, o Jonas entrou no quarto todo nu.
Todo nu! Eu não tinha irmãos. Mal me conseguia lembrar
da cara do meu pai. Acho que o meu avô nunca despiu se-
quer as ceroulas. Nunca tinha visto um rapaz nu. Tentei
não olhar. O Jonas riu-se.
Já tinha visto partes de um pénis. Duas vezes. Uma vez,
quando estava num cinema, um homem sentou-se ao meu
lado. Começou a respirar de uma maneira esquisita e a con-
torcer-se.Mantive os olhos pregados no ecrã, mas ouvi-o a
abrir o fecho-éclair:Sabia que ia acontecer algo mau. Nunca
mais fui sozinha ao cinema.
(Do Livro "O que é que nós não fazemos por Amor?")
De Ilene Beckerman
Gosto do gosto bom que é gostar de si!!
made in eu
A Primavera já se apoderara da paisagem
e a tepidez do sol confirmava-o. Que pai-
sagem tão diferente encontrara três anos
atrás, quando messere Leonardo decidira
aceitar o convite de Luis XII, rei de França,
e integrar-se na sua corte, ali em Amboise.
Ainda revivia a sensação de inquietação e
perturbação que lhe causara o abandonar
a sua Itália natal e seguir o mestre até à
França. De alguma forma, os preparativos
da viagem conseguiram apaziguar as suas
inquietações. Havia tanto que empacotar!
Levariam tudo: manuscritos, desenhos, e
alguns quadros e todos os seus pertences.
Foram três meses de uma viagem dura,
durante os quais atravessaram os Alpes
em pleno Inverno.
(Do Livro "O Segredo de Mona Lisa" ) de
Dolores Garcia
Que eu gosto!!!
Que eu gosto!!!
Que eu gosto!!!
Quem é capaz de dizer o quanto ama,
na realidade. ama muito pouco.
(Petrarca)
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco
importa; o essencial é que saiba amar.
(Machado de Assis)
Palavras podem não dizer o que o coração sente,
mas fazem sentir o que o coraçao diz...
1.80x1.30 m. óleo s/tela
Do quarto do mestre Leonardo da Vinci, podia ver-se o fluir
do Loire, aprazível e sereno, acariciando a planura ampla e
dando-se, com uma generosidade quase voluptuosa, a cultu-
ras e verdes campos de pasto. E, a cada amanhecer, também
podia ver a palaciana Vila de Cloux a espreguiçar-se, e surgin-
do por entre as brumas, as agulhas dos seus campanários que
rasgavam o horizonte e os seus telhados de xisto cinzento, pre-
parados para apanhar os primeiros raios do plácido sol de Pri-
mavera.
Para Francesco Melzi, nesses primeiros momentos do dia, a con-
templação da natureza tranquila acalmava-o, renovando-lhe
simultaneamente as energias. Fazia-o sentir-se em paz consigo
mesmo. Os ecos dos sinos da abadia de Amboise chegavam até
àquele enorme casarão, vindos da distância.
(Do Livro "O segredo de Mona Lisa" Dolores Garcia)