
da tua pele;
demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes,
em que os meus dedos penetram,
até chegarem
ao fundo dos sentidos.
Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se juntam,
como corpos, no abraço de cada frase.
E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.
Nuno Júdice