giovedì

:: Saber...

Não: é só saber
o que de ti afastas,
quando a noite implausível
te chama e te reduz.
É só ousares, de ti,
a pálida renúncia, a súbita agonia
em que afogas
o esplendor do dia,
o outro lado do querer,
estar, sentir ou adiar.
Não: nem olhar no vento,
perdido ou encerrado,
nem o esboço de um dedo
que se encaminha para ti.
Nem dor de amar,
nem vergonha de pedir
o que sem sequer pedires
te é dado, ou, antes,
o que de ti for procurado
na curva que antecede
o teu primeiro não.
António Mega Ferreira