martedì

:: Não sei..




Não sei adormecer:
a madrugada
respira num silêncio
que é o teu silêncio,
nesta febre
a arder na minha alma tão antiga.
Lá fora os astros não respondem:
as montanhas diluem
o tempo e o espaço
e todo o céu começa a dilatar-se
no êntase mais negro
enquanto bebo o cego
sofrimento de não estares aqui.
A tua ausência fala-me às escuras
e o olhar devora estas paredes,
o meu quarto vazio
onde se oculta o lume
de uma estrela
pronta a morrer.
A noite chama ainda por ti
dentro de mim- sombra
feita de luz,
à espera de outro sonho
ou do teu próximo
sorriso.
Fernando Pinto do Amaral