martedì

:: O que leio...


O que leio nos teus olhos:
o que um deus distraído escreve na linha
do horizonte, e passa para o outro lado
do verso;
um orvalho que escorre da folha
onde o poema nasce, e cai como lágrima
na terra fértil da inspiração;
um cair de pálpebras quando o sol
do amor se atravessa à tua frente, e o seu
brilho
te ofusca;
e o espelho em que o amor se reflecte
quando o olhas de frente, e descobres nele
o teu rosto.
Nuno Júdice